Damião Inácio Clemente
Resumo:
A demanda mundial por alimentos vem crescendo cada vez mais ao longo dos anos. Estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), indicam que para 2050 a demanda global pode sofrer um crescimento de 60% em relação ao ano de 2015. Isto, devido ao crescimento populacional que neste século estima-se chegar a 9,2 bilhões de pessoas (MUTEIA, 2015). Diante desta realidade as preocupações em torno do aumento na produção de alimentos se tornam ainda maiores em função dos adventos climáticos. Para superar as dificuldades advindas do crescimento populacional e das estimativas traçadas acerca da demanda mundial por alimentos, as mudanças climáticas, ligadas à escassez de água, leva o setor agrícola buscar por adoção de novas tecnologias, além da otimização no uso dos recursos hídricos e seleção de cultivares mais eficiente no uso de água. Este cenário traz novos desafios aos programas de melhoramento de plantas para o desenvolvimento de cultivares mais adaptadas a condições adversas (HAO et al., 2010). Devido ao alto potencial de produção, sua ampla distribuição geográfica e sua alta variabilidade genética o milho (Zea mays L.) é uma espécie que apresenta grande potencial adaptativo para estas condições, o que justifica o cereal ser o mais cultivado em todo o mundo. No Brasil, o milho é o principal cereal produzido, sendo cultivado em cerca de 15,96 milhões de hectares, com uma produtividade média de 5,2 toneladas ha-1 (CONAB, 2016). Ainda assim o milho apresenta grande sensibilidade a estresses abióticos, em especial o estresse hídrico, que é o principal fator responsável pelas perdas de produtividade da cultura ao longo dos anos. O estresse hídrico afeta o milho de forma significativa em quase todas as suas fases de desenvolvimento, sendo mais enfático, durante a fase reprodutiva. O déficit hídrico durante esse período poderá comprometer a fertilização dos ovulos, a produção de carboidratos e formação de grãos e ainda promover um menor acúmulo de matéria seca nos grãos e consequentemente redução na produção final. O bom desempenho produtivo do milho, bem como sua estabilidade frente as oscilações climáticas durante os períodos de cultivo estão correlacionados a diversos fatores morfofisiológicos, que interagem entre si para expressar características de adaptabilidade e tolerância aos níveis de estresse. Contudo, pouco é conhecido sobre a interação entre estes mecanismos e as características agronômicas associadas à tolerância à seca. As variedades locais e populações adaptadas a ambientes diversos são fontes potenciais de genes na busca por tolerância e ou eficiência em relação aos diversos níveis de estresses abióticos (MACHADO et al., 2011). Tais genótipos poderão contribuir para o desenvolvimento de cultivares mais eficientes quando cultivadas em condição de estresse. Por isso a exploração da diversidade genética existente na cultura do milho é uma alternativa valiosa para incrementar a novos genótipos a capacidade natural de responder às mudanças climáticas. Neste sentido, a identificação e caracterização de descritores morfofisiológicos, assim como a elucidação de características agronômicas responsáveis pelo comportamento diferencial de genótipos sobre condições de estresse pode auxiliar na seleção de populações superiores, além de contribuir para o desenvolvimento de técnicas de seleção que poderão auxiliar na identificação de fontes genéticas de tolerância ao estresse hídrico. Neste sentido, objetivou-se com este trabalho estudar o efeito do estresse hídrico sobre a interação entre os caracteres morfofisiológicos e agronômicos em populações de milho (Zea mays L.) e identificar populações com maior potencial de uso em programas de melhoramento visando tolerância ao estresse hídrico.
https://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/7572
http://bdtd.ufj.edu.br:8080/handle/tede/7572