Fernando Jesus Nogara Lisboa
Resumo:
O Brasil é o segundo maior produtor de soja do mundo. Paralelamente à alta produtividade verifica-se também uma elevada produção de resíduos para a cultura, podendo gerar o equivalente a 120 - 150% da massa de grãos em resíduos, sendo 32% deste valor composto pela vagem da soja. Os compósitos minerais surgem como uma forma de retirar parte do grande volume de resíduos gerados pelo cultivo da soja e transformá-los em matéria-prima para um produto de maior valor agregado. Diante disso, este trabalho teve como objeto avaliar o potencial de utilização da vagem de soja para a produção de compósitos minerais. Para tanto, foram produzidos compósitos minerais com consórcio de madeira de Eucalyptus grandis com vagem de soja (Glycine max). A inserção de vagem de soja foi realizada nas proporções de 0, 25, 50, 75 e 100% sendo os tratamentos complementados com madeira de Eucalyptus grandis até 100% da massa do material reforço. Ambos os materiais lignocelulósicos passaram por um tratamento por imersão em solução de NaOH (5%) por 48 horas. Os compósitos produzidos foram avaliados quanto à suas propriedades físicas de densidade aparente, absorção de água e inchamento em espessura a 2 e 24 horas de imersão, e quanto as suas propriedades mecânicas de módulo de elasticidade, módulo de ruptura, tração perpendicular, compressão paralela e dureza Janka. Não houve efeito da inserção da vagem de soja sobre as propriedades físicas avaliadas. Os compósitos apresentaram densidade aparente média de 1,30 g/cm³, absorção de água e inchamento em espessura após 24 horas de imersão em água de 32,50 e 1,68%, respectivamente. As propriedades mecânicas diminuíram com o aumento da proporção de vagem de soja na composição do compósito sendo, de acordo com as equações ajustadas, 38% o valor máximo de substituição de madeira de eucalipto por vagem de soja, para que os compósitos produzidos atendam às normas de qualidade.
