Ana Paula Zenóbia Balduino
Resumo:
No presente estudo objetivou-se analisar amostras de argilas cosméticas (branca, vermelha e verde) usadas em tratamentos faciais com relação à composição química, avaliando a existência de metais potencialmente tóxicos para a saúde, regulados pela resolução RDC nº 48 da ANVISA e suas respectivas concentrações por fluorescência de raios-X com energia dispersiva (EDXRF). Para a análise estrutural, as amostras foram caracterizadas pelas técnicas de difração de raios-X (DRX) convencional e de alta resolução e espectroscopia de absorção na região do infravermelho com transformada de Fourier (FTIR), para a determinação dos argilominerais formadores e impurezas presentes para cada amostra. Além disso, avaliou-se a biodisponibilidade dos metais nas amostras pelo método proposto por Rodriguez e Diaz, pelo teste de liberação de metais por tratamento ácido. A análise de EDXRF para as argilas analisadas apontaram a presença de 5 (Ba, Cr, Pb, Nd e Zr) metais regulados pela resolução ANVISA RDC nº 48 como proibidos. A análise de DRX para as amostras in natura das argilas apontaram a presença dos argilominerais caulinita, ilita, haloisita, diquita, montmorilonita e mica muscovita e a presença de impurezas minerais. Ao avaliar a disponibilidade dos metais nocivos presentes nas amostras pelo tratamento ácido este apontou pela técnica de DRX a diminuição progressiva e a perca da cristalinidade dos picos referentes às impurezas minerais. Na análise de FTIR para as amostras in natura destaca-se a banda na região de 1382 cm-1 presente na forma de impureza, e sua remoção após tratamento ácido. Conclui-se, portanto que estas argilas possuem alguns metais indesejáveis em sua composição, e ao realizar um ataque ácido estas espécies se tornam disponíveis, podendo ocasionar problemas a saúde, sendo necessário um maior rigor no controle de qualidade por se tratar de um produto de uso contínuo.