Marny Alexandre Hoff Brait
Resumo:
A baixa disponibilidade de fósforo em solos sob vegetação de cerrado se constitui em um dos maiores desafios na fertilização desses solos. A alta capacidade que esses solos têm em fixar fósforo é atribuída entre outros fatores ao intenso intemperismo ocorrido ao longo dos anos com alto grau de dessilificação dos minerais. Focando esses problemas desenvolveu-se um experimento entre os meses de junho e setembro de 2007, em casa de vegetação na Universidade Federal de Goiás campus Jataí/GO com a cultura do arroz. O intuito foi pesquisar o comportamento de fósforo e silício em dez solos coletados em áreas da região do bioma cerrado. O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado, com três doses de fosfato (00; 75; 150 kg.ha-1 de P2O5), três corretivos, sendo duas fontes de silício (wollastonita; silicato de cálcio e magnésio) mais carbonatos de Ca e Mg sem silício e dez solos (1-LVdf; 2-LVdf; 3-RQO; 4-PVd; 5-CXd; 6-LVdf; 7-LVdf; 8-LVd; 9-CXd; 10-LVd) coletados em áreas do bioma cerrado, consistindo em um fatorial 3x3x10 com quatro repetições, perfazendo um total de 360 unidades experimentais. Com as análises de solo e folhas realizadas constatou-se que a produção de matéria seca da parte aérea do arroz foi influenciada pelas crescentes doses de fósforo e pelas fontes de silício em alguns solos, assim como a recuperação de fósforo e silício pelas plantas de arroz foi maior nos tratamentos que receberam as maiores doses de fósforo e aqueles que receberam silicatos. Os teores de fósforo recuperados nos solos foram avaliados empregando-se dois extratores (Mehlich-1 e Resina Trocadora de Ânions) os quais apresentaram correlações significativas com as doses de fósforo aplicadas. Também avaliou-se os teores de silício disponível nos solos chegando a conclusão que os tratamentos com silicatos obtiveram maior recuperação do silício pela análise de solo. Concluiu-se, ainda, pelas análises de fósforo remanescente, silício remanescente e ainda silício e fósforo remanescente na mesma solução que os fósforo adsorvido no solo pode sofrer interferência do silício havendo uma competição entre os dois elementos pelos sítios de adsorção. Essa competição sugere que aplicações de silicatos possam deslocar fósforo dos sítios de adsorção aumentando o aproveitamento
das adubações fosfatadas, apesar do fósforo apresentar maior afinidade com sítios de adsorção do que o silício.