Flávia Dias Terra

AUTOR: Flávia Dias Terra
TÍTULO: MATÉRIA ORGÂNICA DO SOLO SOB SISTEMAS DE MANEJO E USO NO CERRADO  
ORIENTADOR: Dr. Edicarlos Damacena de Souza, Co-orientadores: Dr. Marco Aurélio Carbone Carneiro, Dr. Helder Barbosa Paulino
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: 
LINHA DE PESQUISA:
DATA DE APROVAÇÃO: 10/06/2013

 

Resumo:

A utilização de sistemas conservacionistas de manejo favorece o aumento dos teores de C e N, bem como os estoques e atividade da biomassa microbiana. Consequentemente a melhoria da estrutura do solo aumenta em níveis de ordem. Mas para que níveis de ordem aumentem no sistema solo necessita-se de um conjunto de fatores que contribuam simultaneamente para que as estruturas maiores como os macroagregados sejam formados. A macroagregação ocorre com a junção dos microagregados e entrelaçamento de hifas, raízes e mucilagens que exsudam dos microrganismos e plantas, respectivamente. Com isso o sistema solo ganha qualidade, observados pela maior quantidade de biomassa microbiana e sua atividade de modo que imobilize nutrientes nas células microbianas e seja eficiente nessa conversão. A eficiência na conversão é conseguida em sistemas estáveis onde os fluxos de energia e carbono (entradas e perdas) se equivalem e a população microbiana não perca energia para o meio (CO2). O embasamento científico e a aplicação desses conhecimentos no cultivo das áreas produtoras de grãos e carne dão suporte ao aumento da produtividade das áreas bem como crescimento da sustentabilidade dos sistemas de produção. As aplicações desses conhecimentos no dia-a-dia merecem atenção cada vez maior, principalmente quanto ao manejo do solo e sua aptidão agrícola, podendo ser utilizado sem impactos ao meio ambiente. Diante desse cenário os objetivos foram avaliar as frações da matéria orgânica do solo em dois sistemas de uso e manejo e em dois tipos de solo no Cerrado. Após dois anos de introdução do sistema de integração lavoura pecuária foram encontradas menores valores quanto aos estoques de COT quando o pastejo foi intensivo (P-25) do que quando houve menores pastejo dos animais (P-35 ou P-45) ou o não pastejo (s/ pastejo) dos tratamentos. Os estoques de C particulado (COP) variaram entre os tratamentos apresentando comportamento semelhante ao estoque total de C. Os estoques de NT (nitrogênio total do solo) apresentaram valores menores para as intensidades alta (P-25) e baixa (P-45) enquanto que as demais intensidades não se diferiram. O DMP apresentou diferenças nas profundidades 0-5 e 5-10 cm e semelhanças na profundidade 10-20 cm. O pastejo a 25 cm (P-25) apresentou menor DMP na camada 0-5 cm, enquanto que na profundidade 5-10 cm P-45 apresentou menor diâmetro dos agregados. O DMP teve relação direta com o aumento dos estoques de COT bem com o índice de manejo de carbono também apontou melhoria da qualidade do solo com o pastejo moderado da Brachiaria (P-35). A biomassa foi influenciada pelas intensidades de pastejo, pois quando não houve entrada dos animais foram observados menores teores microbianos. Quanto ao sistema de plantio direto em sucessão de cultura foram observados que após 12 anos de implantação do PD os estoques totais de C se igualaram a área nativa e que a subsolagem da área com 8 anos de PD (PD8) não reduziu o diâmetro médio ponderado dos agregados. O calculo dos estoques em camada de solo pode superestimar os valores realmente encontrados nos tratamentos. O cultivo da área em sistema conservacionista de manejo favoreceu o aumento do IMC, comprovando que esse tipo de sistema contribui para melhorias da qualidade do solo. A fração ativa da MOS (biomassa microbiana) apresentou diferenças onde a área com 12 anos de PD apresentaram valores iguais ou superior a área referência (Topo) para C e N-BM. O fluxo de CO2 foi maior na área com apenas 8 anos de PD, mostrando que mesmo após esse tempo de implantação do sistema a população microbiana estava sob estresse, comprovadas pelo maior quociente metabólico (qCO2). Aos 17 anos de PD houve aumento da fração viva no total de MOS presente no solo. Esses resultados nos aponta que as áreas que sofrem ação antrópica ou que vem sendo conduzida de maneira exploratória como era a área da ILP podem demorar mais de uma década para se recuperar.

 

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